segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Precisamos falar sobre a Emilly (e porque ainda torcemos por ela)



Quando buscamos razões pelas quais assistimos a realities shows de confinamento, nos deparamos, basicamente, com entretenimento. Ao menos sempre foi o que busquei nesse tipo de programa. Esse entretenimento pode vir de formas alternativas a depender de quem o consome. Uns buscam identificação pessoal, outros buscam esteriótipos que pessoalmente nunca teriam contato. Sempre fui mais adepto à primeira opção. Tentava identificar nos primeiros momentos as personalidades com as quais mais me identificaria e outras, pelas quais, mais me interessaria, em circunstâncias normais da vida.

Dito isso, aparece-me uma guria de 20 anos de idade, completamente sedutora. 'Sedutora' na assepsia da palavra: "quem convence com arte e manha, persuade com astúcia, sob promessa de vantagens e exerce influência irresistível sobre". Como não se deixar seduzir? A perspectiva de "promessa de vantagens" é o X da questão. A quem ela consegue prometer entregar alguma vantagem e quais seriam essas vantagens? Claro que estamos falando e analisando relacionamento humano e trata-se dos sentimentos envolvidos nessa relação. De homem para mulher e vice-versa e de mulher para mulher também. A promessa de lealdade entra nessa equação, além de promessa de atenção irrestrita e exclusiva também. Com essa promessa de entrega, a sedução se impõe a quem estiver disposto a pagar o preço pelo 'produto' pelo qual espera. Eu estou disposto, quem mais estaria naquela casa? Todos envolvidos no círculo ao redor de Emilly, aparentemente estão. Na real, a maioria já pagou e só espera pelo produto, que seriam lealdade, fidelidade e atenção irrestrita e exclusiva. Mas como entregar lealdade e fidelidade a todos? Como dar atenção irrestrita e exclusiva a todos? Nesse momento o sedutor começa a se desmontar. No momento em que quem pagou o preço começa a cobrar pelo produto. A entrega não virá, ao menos não para todos. Aí nos perguntamos: A entrega virá para quem?

Paredão de amanhã pode ser o renascimento de Emilly no jogo. Depende exclusivamente da leitura que ela fará da eliminação do Luiz Felipe perante duas pessoas que sempre foram julgadas como fracas pela distorcida leitura do público que eles fazem. Caso a gaúcha consiga fazer a leitura correta ela pode dar os calotes necessários para manter sua sobrevida naquela casa. A Roberta, por exemplo, deveria ser a primeira a não receber nenhum produto. O atual líder Daniel também deve ser caloteado. O único nesse momento que precisa ser plenamente atendido nos seus anseios é o Marcos. Esse até agora foi o que pagou o preço mais alto quando ela lhe ofereceu seus produtos através do processo de sedução. Esse precisa ser plenamente atendido em suas expectativas, e ficar, utilizando-se de uma expressão de pesquisa de satisfação em serviços de concessionárias de veículos, 'plenamente satisfeito'.

Se isso ocorrer, estamos diante da perspectiva da maior virada da história de um BBB no Brasil. Uma pessoa que no momento extrai o que há de pior nos espectadores aqui fora, está prestes a fazer uma trajetória de evolução como ser-humano que poderemos acompanhar ao longo desses dois meses. Isso não tem preço nenhum. Para nenhum dos envolvidos. Para quem será seu tutor nesse período, para nós que poderemos acompanhar em tempo real esse processo, mas principalmente para o objeto da evolução como ser-humano, que sairá daquela casa reinventada e pronta para uma nova vida.

Essa é a explicação do motivo pelo qual ainda torço por Emilly. Mais do que apreciar suas virtudes estéticas na minha tela de 47", estou ansioso para acompanhar sua trajetória de evolução nos próximos 60 dias. Esse é o produto que espero, e é por isso que paguei um alto preço até aqui que é simplesmente ainda ser um torcedor de Emilly. Talvez não da Emilly que existe hoje mas da Emilly que pode vir a existir.