EXEMPLO DE VIDA

Conheci esse homem acho que aos meus 12 anos. Acabava de vir do Rio de Janeiro pra morar em Salvador, na Bahia. Irmão da esposa do meu pai. Acabou tornando-se meu cunhado por um tempo. Acabou tornando-se o pai do meu filho que não pude ser. Essa semana ele se foi. Pra algum lugar melhor espero eu. Pois uma pessoa como ele, só pode ter ido pra algum lugar melhor do que nós estamos.

Orlando Moitinho de Abreu. Era uma espécie de parâmetro da bondade e da solidariedade. Pelo menos pra mim. Quando eu queria avaliar se alguma pessoa era boa e solidária, lembrava do meu velho amigo Orlando, que era o exemplo de bondade e solidariedade.

Muitas cervejas tomamos juntos. Menininho e Nilson que o digam. Chegamos a trabalhar juntos por um curto período na empresa do meu pai. Nessa época tomávamos algumas cervas num mercado chamado "minitem" no centro de Salvador.

Orlando fez parte sem dúvida alguma da formação de minha personalidade. Era uma pessoa que sempre fez bem a todos e nunca fez mal a ninguém. Uma pessoa que exaltava e inspirava vida.

Sempre me questionava como alguém conseguia ser tão bom. Como conseguia sempre ser amigo e companheiro de todos. Mas Orlando tinha essa capacidade. De agregrar, de juntar e de valorizar os sentimentos de família, amizade e amor.

Quando morávamos no mesmo prédio em certa época, uma vez disse a ele que achava que dormir durante o dia era perda de tempo, pois tínhamos uma vida só pela frente e que devíamos aproveitá-la. Ganhei o companheiro de cerveja para as tardes de sábado mas em compensação a ira da minha amiga-irmã Moema.

Não aguento mais escrever. Já chorei o que tinha que chorar por hoje.

Orlando. Obrigado por você ter feito parte da minha vida.

Lara,
Jacira,
Duduca,
Moema,
Dna Neuza,
Temíria,
Narcisa,
Lais.

Tenham consciência que vocês tiveram como irmão, parente e filho uma das melhores pessoas que já andaram por aqui. E que completou sua passagem com extremo ÊXITO.

Desculpa pela ausência nesses momentos.

Bruno Côrtes